Cada dia que passa, mais e mais pessoas chegam aqui neste perfil. Aqui, neste Instagram, é uma extensão da minha casa, do meu lar e também de quem sou.
Então, nada melhor que começar me apresentando para você.
E para isso, vou começar desde quando a fotografia ainda não fazia parte da minha vida.
Há 26 anos, nascia eu :) uma neném prematura que chegou em uma família pequena, humilde e batalhadora.
Muito do que sou hoje, do meu caráter, da minha índole e da perseverança que corro atrás dos meus sonhos vierem deles:
Meu pai, Mário, que se eu fosse resumi-lo em uma palavra seria: coração.
Ele é exemplo de um pai extraordinário, que faz tudo pela família.
Cuida de todos como ninguém. Antecipa necessidades. Deixa de fazer para ele para fazer para o outro.
Serve de uma maneira linda e verdadeira, sem esperar nada em troca. Pelo simples fato de fazer o outro feliz.
Meu pai sempre foi inspiração de resiliência e coragem. Mesmo quando passamos por fases difíceis na nossa trajetória familiar, ele estava lá com bom humor, alegria, fazendo tudo o que estava ao seu alcance.
Minha mãe, Maria Inês, é sinônimo de intensidade e renovação. Luta com unhas e dentes pela gente e não desiste nunca! Faz dos limões, limonada.
Busca, aprende, aplica.
Mãe, com toda certeza eu falo que o afinco que tenho hoje nas coisas que faço, veio do seu exemplo e dedicação.
Você não desiste. E também não me faz desistir.
Lembro certinho que quem me arrumou o primeiro trabalho como fotógrafa foi ela.
Cheguei em casa e ouvi: “você tem um aniversário para fotografar”. Com 15 anos, eu não queria ir. Insegura, cheia de medos e incertezas, não acreditava em mim.
Mas ela sim.
E meu irmão, que foi sempre como um segundo pai. Me cuidava, protegia com unhas e dentes, e sempre tinha que levar a irmã caçula junto.
Ele é família. Sempre faz de tudo para aliviar a vida dos nossos pais. Se preocupa e cuida de tudo e todos.
Mas voltando até mim, eu sempre fui uma criança introvertida. Com poucas e boas amigas, sempre aprofundada nos meus próprios pensamentos.
Hoje vejo que lá atrás, eu imaginava mais do que vivia.
Sentia tudo com intensidade. Porém, tudo que passava por mim, passava.
Eu me adaptava a todas as realidades que eram apresentadas até mim.
Muitos que me conheciam, me achavam fria e desapegada demais.
A realidade foi batendo na minha porta quando eu estava no colegial. O sistema nos jogava milhões de conteúdos a serem estudados (ou decorados?) e fazíamos o famoso teste vocacional.
Que tristeza foi meu teste vocacional! Eu, por ser muito adaptável em diversas realidades, gostava de tudo, mas nada me fazia querer aprofundar.
Depois de alguns testes, saiu um resultado que apresentava a área da comunicação.
Mesmo preferindo ficar em meus próprios pensamentos, eu sabia me comunicar desde cedo. E ali, encontrei a luz para decidir sobre o que fazer da vida.
Com 17 anos somos jogados ali, na encruzilhada de decidir o que fazer pelo resto da vida.
Não temos noção do que aquela escolha significa.
Enquanto tudo isso acontecia na minha vida adolescente, meu lado artístico seguia vivo.
Dancei ballet e jazz por muitos anos e sempre minha família filmava as apresentações.
Com a mesma câmera, saia no quintal de casa para fotografar o céu, o passarinho, o por do sol, a vida acontecendo.
No terceiro ano do colegial, decidi comprar minha primeira câmera profissional. Fiz rifa, vendia Avon para todos meus colegas de sala. Andava pelo meu bairro inteiro com uma sacola com alguns produtos para vender a pronta entrega. E em agosto de 2014, comprei minha 1ª câmera.
Deus foi cuidando de tudo com todo o carinho do mundo, e em dezembro daquele mesmo ano, com 17 anos, eu fotografei meu primeiro casamento. Sozinha, sem saber muito bem o que eu estava fazendo, mas mesmo assim, eu fui.
No ano seguinte, comecei a faculdade de Publicidade e mais uma vez fui apresentada ao novo, e mais uma vez, me adaptei.
Com 18 anos, os olhos brilham de uma forma diferente, e tudo fica ainda mais lindo e possível para nós.
Consegui um estágio na área e assim, passei mais de 6 anos vivendo diariamente a possibilidade de escolher aquilo para mim.
E mesmo na faculdade e estagiando, eu ainda continuava a fotografar. Era um bom extra.
E podem falar qualquer coisa de mim, mas MENOS que eu não era esforçada.
Trabalhei em tudo que você possa imaginar: fiz casamento, aniversário, ensaios gestantes, de casal, feminino, fotos de produto, ensaios profissionais e etc.
Sem um curso na área, sem dinheiro, sem investimento: eu pegava minha câmera e ia aprender.
Eu não era ninguém na cidade. Ninguém me conhecia. E mesmo assim, eu continuava.
Fotografei com inúmeros fotógrafos da cidade, aprendi muito, treinei muito.
E no meio de tudo isso, indicações e postagens, as pessoas chegavam até mim.
Trabalhar muito te dá bagagem, mas também traz exaustão.
Estava muito difícil conciliar as 44 horas semanais da CLT + as madrugadas adentro fotografando e editando.
Mas mesmo assim, eu continuei.
Até que… a pandemia veio.
E me quebrou.
Mesmo com a CLT, eu tinha contas a pagar que dependiam da fotografia. E tudo parou.
Não havia mais festas, o medo tinha se instalado. E eu perdida, sem saber para onde ir.
Sempre falo que existe uma Maísa antes da pandemia e uma Maísa pós pandemia.
A água bateu no meu umbigo e me vi naquele ditado: ou vai ou racha.
E com coragem, eu decidi seguir.
Digo com orgulho que fui uma das pioneiras na cidade a ressignificar a fotografia.
A fotografia não é só para os dias especiais. A vida não acontece de ano em ano nos aniversários.
A vida acontece no sábado de manhã qualquer. A vida acontece no quintal de casa. A vida acontece na gestação, na mudança de carreira, no hoje.
E ressignificando para você o que a fotografia era de fato, eu ressignifiquei para mim qual era o legado que eu queria construir.
Defino quem me escolhe como corajosos, porque nunca ninguém sai o mesmo de nenhuma sessão.
A conexão é profunda e verdadeira, assim como eu sou. Desde criança.
Hoje, tenho 26 anos, ainda continuo tendo poucas amigas e ainda sinto tudo com muita profundidade. Hoje tenho um trabalho do qual me orgulho, de uma trajetória que inspira outras pessoas e me inspira também.
Hoje tenho ao meu lado uma pessoa que me faz feliz, que abraça minhas causas e que me protege. O Marcelo veio para ser meu porto seguro e para mostrar o quão bom é nos permitimos sermos cuidadas.
Meu maior sonho é construir minha família, ter muitos filhos (se Deus permitir) e viver uma vida simples e feliz, além de ajudar as outras famílias a encontrarem a felicidade no cotidiano, de construir um legado com memórias reais e profundas.
Hoje, atendo famílias, casais e mulheres que têm coragem de abraçar o agora e viver genuinamente o presente.
E não é atoa que o tempo presente tem esse nome. Que nos é dado, concedido.
Cabe a nós aproveitarmos, cuidarmos e registrarmos nossa breve, e intensa, passagem desta vida.
Quem vem junto comigo?